quarta-feira, 13 de junho de 2007

AUTOR E OBRA - MOLIÈRE

Molière (1622- 1673)
Nasceu em Paris no ano de 1622 e aí morreu em 1673. A sua opção pelo teatro teve sempre a oposição da família, sobretudo do pai que lhe destinava a mesma ocupação da sua, criado de quarto no palácio real. Depois de finalizado o curso de advocacia, enveredou de imediato pelo teatro, esquecendo o exercício das leis. Das suas obras destacam-se os seguintes:”As Preciosas Ridículas”; “A Escola dos Maridos”; A Escola das Mulheres”; “Tartufo”, “O Avarento”; “O Misantropo”; “O Burguês Fidalgo”.
Moliére mostrou ser um grande observador das características da sociedade do seu tempo, retratando as fraquezas e as virtudes humanas e, sobretudo, as torpezas sociais e os ridículos da época.
Foi, sem dúvida, o grande criador da comédia de costumes, a ponto de ser vítima da inveja e de ter criado um clima de desaprovação, principalmente por parte da Igreja que lhe negou uma sepultura sagrada.

Jean Baptiste Racine
Órfão, criado pelas religiosas de Port-Royal de 1645 a 1658, fez seus estudos de lógica no colégio de Harcourt. Escreveu A ninfa do Senaem 1660 e no ano seguinte partiu para Uzès. Retornando a Paris, viu representada suas primeiras tragédias. A tebaida (1664), que foi seguida por Alexandre, o Grande (1665). Espírito ousado e frequentemente mordaz teve uma ascensão rápida e uma carreira brilhante. Com Andrômaca (1667) iniciou-se o período das obras-primas: Britânico (1669), Berenice (1670), Bazet (1672), Mitrídates (1673), Ifigênia em Áulida (1674) e Fedra (1677). Em 1667, abandonou o teatro. Reconciliado com seus mestres de Port-Royal, foi nomeado historiógrafo do rei por Luís XIV. Doze anos mais tarde, a pedido de Mme. de Maintenon, escreveu duas peças para os alunos de Saint-Cyr: Ester (1689) e Atália (1691).

O Teatro na Itália

Commedia dell'Arte
Em português literalmente "comédia da arte", a famosa comédia improvisada, era uma forma popular de teatro improvisado que começou no séc. XVI e que se manteve popular durante o séc. XVIII, ainda hoje sobrevive através de alguns grupos de teatro.

Karen Dujardins mostrou uma cena vista por ele de perto do palco provisório de uma trupe viajante, em contraste com as ruínas idealizadas Romanas: obra datada de 1657 (Museu do Louvre)
Forma teatral única no mundo, desenvolveu-se na Itália no XVI século e difundiu-se em toda Europa nos séculos sucessivos, a Commedia dell’arte contribuiu na construção do teatro moderno.Teatro espetacular baseado na improvisação e no uso de máscaras e personagens estereotipados, é um gênero rigorosamente antinaturalista e antiemocionalista.

O texto.
O que mais atrai o olhar contemporâneo nas leituras dos canovacci da commedia dell’arte, é a inconsistência deles no que se refere ao conteúdo.
Sendo a comédia um espetáculo ligado fortemente à outros valores como as máscaras, a espetacularidade da recitação, habilidade dos atores, a presença da mulheres na cena, etc..., não tinha necessidade de compor dramaturgias exemplares, novidades de conteúdos ou estilos.
O canovaccio devia obedecer a requisitos de outro tipo, todos funcionais ao espetáculo: clareza, partes equivalentes para todos os atores envolvidos, ser engraçado, possibilidade de inserir lazzi, danças e canções, disponibilidade a ser modificado.
A técnica de improviso que a commedia adotou não prescindiu de fórmulas que facilitassem ao ator o seu trabalho. Diálogos inteiros existiam, muitos deles impressos, para serem usados nos lugares convenientes de cada comédia. Tais eram as prime uscite (primeiras saídas), os concetti (conceitos), saluti (as saudações), e as maledizioni (as maldições).
Na sua fase áurea, o espetáculo da commedia dell’arte tinha ordinariamente três atos, precedidos de um prólogo e ligados entre si por entreatos de dança, canto ou farsa chamados lazzi ou lacci (laços).
A intriga amorosa, que explorou sem limites, já não era linear e única, como na comédia humanista, mas múltipla e paralela ou em cadeia: A ama B, B ama C, C ama D, que por sua vez ama A.


O Encenador.
O espetáculo da commedia era construído com rigor, sob a orientação de um concertatore, equivalente do diretor do teatro moderno, e de um certo modo seu inspirador. Aquele, por sua vez, tinha à disposição séries numerosas de scenari, minudendes roteiros de espetáculos, conservados presentemente em montante superior a oitocentos; muitos ainda existem nos arquivos italianos e estrangeiros ser terem sido arrolados.

O Ator.
O ator na commedia dell’arte, tinha um papel fundamental cabendo-lhe não só a interpretação do texto mas também a continua improvisação e inovação do mesmo. Malabarismo canto e outro feitos eram exigidos continuamente ao ator.
O uso das mascaras (exclusivamente para os homens) caraterizava os personagens geralmente de origem popular: os zanni, entre os mais famosos vale a pena citar Arlequim, Pantaleão e Briguela.
A enorme fragmentação e a quantidade de dialetos existentes na Itália do século XVI obrigavam o ator a um forte uso da mímica que tornou-se um dos mais importantes fatores de atuação no espetáculo.
O ator na commedia dell’arte precisava ter "uma concepção plástica do teatro" exigida em todas as formas de representação e a criação não apenas de pensamentos como de sentimentos através do gesto mímico, da dança, da acrobacia, consoante as necessidades, assim como o conhecimento de uma verdadeira gramática plástica, além desses dotes do espírito que facilitam qualquer improvisação falada e que comandam o espetáculo.
A enorme responsabilidade que tinha o ator em desenvolver o seu papel, com o passar do tempo, portou à uma especialização do mesmo, limitando-o a desenvolver uma só personagem e a mantê-la até a morte.
A continua busca de uma linguagem puramente teatral levou o gênero a um distanciamento cada vez maior da realidade.
A commedia foi importante sobretudo como reação do ator a uma era de acentuado artificialismo literário, para demonstrar que, além do texto dramático, outros fatores são significativos no teatro.

O teatro

Devido as origens extremamente populares a commedia dell’arte por longo tempo não dispos de espaços próprios para as encenações. Palcos improvisados em praças públicas eram os lugares onde a maioria das vezes ocorria o espetáculo. Só no XVII século e mesmo assim esporadicamente a commedia começou a ter acesso aos teatros que tinham uma estrutura tipicamente renascentista, onde eram representados espetáculos eruditos. Já no século XVIII a enorme popularidade deste tipo de representação forçou a abertura de novos espaços para as companhias teatrais. Em Veneza, por exemplo, existiam sete teatros: dois consagrados à opera séria, dois à opera bufa e três à comédia



Carlo Goldoni

Carlo Goldoni (Veneza, 25 de fevereiro de 1707 — Paris, 6 de fevereiro de 1793) foi um dramaturgo italiano.
Carlo Goldoni é considerado um dos maiores autores europeus de teatro e um dos escritores italianos mais conhecidos fora da Itália. Provavelmente, suas obras, junto com as de Pirandello, constituem o principal veículo de difusão da arte dramatúrgica italiana através do mundo.
Goldoni nasceu em Veneza em 1707, numa família burguesa, que acabou passando por dificuldades financeiras devido aos gastos de seu avô paterno. Seu pai, dedicando-se à medicina, se estabeleceu em Perugia, onde Goldoni iniciou seus estudos e leu a primeira ópera cômica.
Transfere-se para Rimini, a fim de estudar filosofia, mas acabou abandonando o estudo, tanto por saudades de sua mãe quanto para seguir até Chioggia com uma companhia de comediantes. Daí seu pai o mandou a Pádua e depois a Pavia, para o colégio Ghislieri (1723-1725), onde fez o curso de jurisprudência, mas precisou deixar a cidade depois da encenação de uma peça que falava sobre as moças daquele lugar. A obra suscitou a ira de algumas famílias de Pavia, e Goldoni foi expulso do colégio.
Em 1737 Carlo Goldoni na comédia Momolo Cortesão introduz uma novidade significativa: as falas da personagem principal eram totalmente redigidas. O sucesso foi enorme e Goldoni prosseguiu com Momolo Sobre a Brenta e O mercador falido, nas quais as personagens de fala redigida aumentavam em relação aquelas apenas esboçadas. A mulher de garbo foi a primeira comédia inteiramente redigida. Goldoni contrapunha à tradição bufa da commedia dell’arte uma obra que se apoiava nos caracteres, ou seja, em personagens de individualidade rica e situações nitidamente inspiradas em seu meio social. O teatro devia se aproximar do mundo, revelar seus vícios e virtudes sem esquecer sua função exemplar.
Estavam dados os primeiros passos no sentido da renovação da comédia.